RD Station + Astronauta: Como escalar resultados na Agência com IA

Falar sobre inteligência artificial já virou rotina no mercado de marketing digital, mas falar sobre como usar IA para escalar resultados em agências ainda é uma conversa que precisa ser aprofundada. No episódio #35 do Abradi Cast, tive o prazer de conversar com Silvana Carias, líder de marketing da RD Station, e com o Lucas, da Abradi São Paulo, sobre o impacto da IA na transformação das agências e no novo papel que nós, profissionais, passamos a ocupar nesse cenário.

Logo no início da conversa, a Silvana trouxe um dado interessante: 71% das agências já utilizam IA em marketing e 67% aplicam IA em vendas. Mas a questão que fica é — por que algumas conseguem resultados tão expressivos enquanto outras ainda se sentem estagnadas? A resposta, para mim, está menos em “usar ou não usar” e mais em como cada uma escolhe utilizar.

O desafio não é técnico — é cultural

Muita gente ainda responde “sim” quando perguntada se usa inteligência artificial. Mas o verdadeiro desafio está em entender de que forma essa tecnologia se integra ao processo. Criar uma proposta mais rápido, automatizar um fluxo no CRM ou gerar relatórios via IA são bons começos, mas ainda superficiais. O ponto é que muitas agências param por aí — porque o novo assusta.

O medo é natural. A primeira vez que você tenta fazer algo com IA, ela parece mais atrapalhar do que ajudar. O prompt sai confuso, o resultado não é o que você esperava, e o tempo gasto parece maior do que fazer manualmente. Mas a verdade é que toda curva de aprendizado começa na ineficiência. Depois de algumas tentativas, o ganho de produtividade se torna inevitável. O que falta, em muitos casos, é persistência.

A IA começa no diagnóstico, não na ferramenta

Na Astronauta, costumo dizer que toda agência funciona em três etapas: demanda, entregável e resultado. O segredo está em identificar quais pontos dessa jornada podem ser acelerados com IA. Não é sobre automatizar tudo — é sobre melhorar o que se repete.

Quer um exemplo prático? A gente usa IA para criar o “cérebro” dos nossos clientes dentro do ChatGPT ou do RD Mentorear. Ali ficam armazenadas informações estratégicas — histórico, público, tom de voz, desafios e oportunidades. Isso permite que o time produza conteúdo, relatórios e campanhas já alinhados ao perfil do cliente, economizando tempo e mantendo consistência. É como ter o conhecimento do cliente sempre acessível, mesmo que um novo analista entre no projeto amanhã.

Da operação à inteligência: o novo papel das agências

A inteligência artificial não deve substituir o profissional — ela deve potencializar o que ele já faz bem. No passado, os clientes pediam “me ajuda a escrever uma legenda”. Hoje, eles dizem “criamos essa legenda, você pode validar?”. O movimento é claro: as agências estão migrando de uma posição operacional para uma posição estratégica.

E isso é ótimo. Significa que estamos usando mais o cérebro do nosso time do que as mãos. O valor está em pensar junto com o cliente, não apenas executar o que ele pede. A IA nos dá tempo para isso — para olhar com profundidade, analisar com calma e propor soluções mais inteligentes.

Cultura e curiosidade: as verdadeiras alavancas

Durante o papo, a Silvana destacou algo essencial: as agências que estão crescendo com IA são aquelas inseridas em ecossistemas de aprendizado contínuo. Participam de eventos, trocam experiências, testam, erram e aprendem rápido. A inovação não acontece sozinha; ela é consequência de convivência com quem também está inovando.

Mudar a cultura da agência exige liderança e exemplo. Quando um gestor decide explorar a IA e compartilha esse aprendizado com o time, ele cria um efeito multiplicador. É assim que se forma um ecossistema interno de inovação, no qual cada colaborador contribui com novas ideias e soluções.

Inteligência artificial como vantagem competitiva

O uso da IA já é pré-requisito em muitas vagas do mercado. Não é mais um diferencial. E, da mesma forma que ninguém mais precisa avisar “vou usar a internet agora”, em breve também não será necessário dizer “vou usar a inteligência artificial”. Ela será parte do cotidiano.

Quem entender isso primeiro estará à frente. Não por dominar uma tecnologia, mas por ter a mentalidade certa para evoluir junto com ela. E é esse o ponto: a IA não é sobre substituir pessoas — é sobre criar espaço para que as pessoas pensem melhor.

O papel da RD e da Abradi na nova fase das agências

A conversa terminou com uma reflexão sobre o poder da comunidade. Tanto a RD Station quanto a Abradi têm sido fundamentais para preparar o mercado para essa nova fase. A criação do Guia de Inteligência Artificial para Agências e o programa Boost são exemplos disso — formações práticas, com cases reais, que ajudam as agências a implementar IA de forma estratégica, e não apenas operacional.

Estar inserido nesses ecossistemas é o que permite que as agências cresçam juntas, compartilhem erros e acelerem acertos.

O futuro do nosso mercado não está em quem usa a IA, mas em quem entende como usá-la para gerar valor.

Foto de Eduardo Campos
Eduardo Campos

"Não existe Inteligência Artificial sem Inteligência Humana."

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