Falar de SEO é falar de método, dados e repetição. Falar de inteligência artificial é falar de contexto, aprendizado e experimentação. Quando esses dois mundos se encontram, o resultado não é apenas performance — é visão. Foi sobre isso que conversei com o Daniel Imamura no episódio 48 do Imamura Podcast. A ideia era discutir como a IA pode transformar o trabalho com SEO sem tirar o humano do centro.
Durante a conversa, compartilhei algo que repito em quase todas as mentorias: a IA não é “pra fazer marketing digital”. Ela é pra um ser humano fazer marketing digital melhor. Ferramenta por si só não muda nada. Ferramenta guardada não gera resultado. E é justamente esse o ponto. Muita gente ainda espera que a IA seja autônoma, que pense, aprove e publique sozinha. Mas o nome já diz: inteligência artificial, não inteligência autônoma.
O profissional que vai se destacar nos próximos anos não é o que entrega o controle à IA, mas o que ensina a IA a pensar como o seu time pensa. É quem traduz o processo humano para dentro da automação. E esse processo exige método, repetição e uma boa dose de curiosidade.
Episódio no YouTube
Quando você dá nome, nasce o medo
Ninguém mais fala “vou entrar na internet”. A gente simplesmente faz. Mas com IA, ainda existe a necessidade de justificar: “vou usar o ChatGPT aqui rapidinho, tá?”. É o medo do novo. O medo de apertar o botão errado. O medo de parecer artificial. Esse medo é o que mais atrasa a curva de aprendizado.
Na prática, milhões de pessoas já usam IA todos os dias — e nenhuma delas “quebrou a máquina”. O que muda é o quanto cada uma se permite errar, testar e refazer. Não é sobre dominar a tecnologia, é sobre experimentar o suficiente até entender onde ela se encaixa no seu processo.
Produtividade não é fazer mais — é fazer melhor
Quando o Daniel perguntou como a IA pode colaborar com SEO, respondi sem rodeios: ela ajuda em tudo. Mas não da forma que a maioria imagina. A IA pode escrever textos, gerar ideias, resumir dados e sugerir melhorias, mas o maior ganho está na pesquisa e no planejamento, não na execução.
Você pode reunir os 30 primeiros resultados do Google sobre “o que é SEO” e pedir à IA para analisar e sintetizar os principais tópicos. Ela faz o trabalho braçal da comparação, e você ganha tempo para o que realmente importa — análise e estratégia. A IA não substitui o seu olhar; ela amplia sua capacidade de pensar e conectar ideias.
O papel do humano no novo SEO
O Daniel trouxe um ponto que complementa essa visão: originalidade continua sendo o fator número um. O Google quer novas versões, não cópias reescritas. É aí que entra o humano — com a história, o ponto de vista e o tom de voz.
SEO e IA não competem. Eles se alimentam. A IA acelera o processo; o humano garante autenticidade, autoridade e propósito. E essa combinação é o que define o novo SEO: estratégia, contexto e sensibilidade.
GEO: o novo SEO
Durante o episódio, apresentei o conceito de GEO (Generative Engine Optimization). Se o SEO clássico responde à busca por soluções, o GEO responde à busca por jornadas de solução. Não basta ranquear por palavra-chave. É preciso guiar a pessoa da dúvida até a ação.
O GEO nasce do comportamento dos novos buscadores generativos. Não é mais sobre “palavras que geram cliques”, mas sobre contextos que resolvem problemas. E nisso, a IA é perfeita — porque entende intenção, linguagem e encadeamento.
AI Overview e o “fim do SEO”
Falamos também sobre o AI Overview, o novo formato do Google que mostra respostas geradas por IA. Muita gente teme o “fim do SEO”. Eu vejo o contrário.
O AI Overview vai premiar quem produz conteúdo de qualidade. Quem for citado lá ganha autoridade — mesmo que não receba o clique. O Google agora fala sobre você. E quem fala de você, importa.
Essa transição não é o fim do SEO. É uma evolução natural. A diferença é que agora, mais do que nunca, o foco precisa estar em conteúdo com propósito e relevância real.
Estratégia continua sendo o que manda
Nenhuma ferramenta corrige uma estratégia ruim. A IA não vai salvar um processo mal desenhado — mas pode escalar um processo bem definido.
O equilíbrio é o que manda: automação com pensamento crítico, dados com intuição, volume com valor. No fim das contas, a inteligência que mais importa continua sendo a humana.

